A Receita Federal está intensificando as ações para declarar a inaptidão de inscrições no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) de contribuintes que estejam omissos na entrega de escriturações e de declarações nos últimos cinco anos, em especial das Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF).
A inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) pode ser declarada inapta em decorrência da omissão na entrega de quaisquer declarações por dois exercícios consecutivos.
O Ato Declaratório Executivo (ADE) de inaptidão passará a ser publicado no sítio da Receita Federal na internet pela Delegacia da Receita Federal do domicílio tributário do contribuinte.
As próximas ações relacionadas à omissão de declarações serão voltadas para DASN-Simei, Defis, PGDAS-D, ECF e EFD Contribuições.
Como
identificar as omissões
O contribuinte pode consultar a existência de omissões na entrega
de declarações no Centro Virtual de Atendimento (e-CAC) no serviço
“Certidões e Situação Fiscal”, nos itens “Consulta Pendências –
Situação Fiscal”, com relação às obrigações acessórias não
previdenciárias, ou a “Consulta Pendências – Situação Fiscal – Relatório
Complementar” com relação às obrigações acessórias previdenciárias.
Regularização das omissões
Para evitar a declaração de inaptidão de sua inscrição, o contribuinte deverá entregar todas as escriturações fiscais e as declarações omitidas relativas aos últimos cinco anos. Se o contribuinte deixar omissões não regularizadas e que não configurem situação de inaptidão, estará sujeito à intimação e ao agravamento das multas por atraso na entrega. É importante lembrar que os custos da regularização após a intimação serão maiores.
Efeitos da Declaração de Inaptidão
De acordo com a Instrução Normativa RFB n.º 1.863, de 2018, a inaptidão do CNPJ produz diversos efeitos negativos para o contribuinte, como: o impedimento de participar de novas inscrições (art. 22), a possibilidade de baixa de ofício da inscrição (art. 29), a invalidade da utilização da inscrição para fins cadastrais (art. 46), a nulidade de documentos fiscais (art. 48) e a responsabilização dos sócios pelos débitos em cobrança (art. 49).
Regularização da inaptidão
A regularização da situação que causou a
inaptidão é obtida com a entrega de todas as declarações omitidas por meio da
Internet ou com a comprovação de que a entrega foi efetuada oportunamente,
conforme previsto na IN RFB n.º 1.863, de 2018.
É necessário sanear todas as omissões na entrega de declarações, sejam as listadas no e-ADE e não decaídas, sejam as vencidas após a emissão do e-ADE. Não deve haver nenhuma omissão para obter a regularização de modo automático.
Se a omissão decorrer de incorreções cadastrais como, por exemplo, o erro na indicação da natureza jurídica, deve ser transmitido ato de alteração cadastral pertinente para eliminar a omissão.
A reversão da inaptidão não implicará emissão de um novo e-ADE ou o cancelamento do anteriormente emitido.
É possível verificar a regularização da situação cadastral por meio da “Emissão de Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral” existente no sítio da RFB.
Baixa por inaptidão
O contribuinte que permanecer
inapto terá sua inscrição baixada assim que cumprido o prazo necessário para
esta providência e as eventuais obrigações tributárias não cumpridas serão
exigidos dos responsáveis tributários da pessoa jurídica.
Situações Específicas
Microempreendedor Individual
O contribuinte omisso deverá entregar a Declaração Anual Simplificada do Microempreendedor Individual (DASN-Simei).
Pessoa Jurídica Optante pelo Simples Nacional
O contribuinte omisso deverá
preencher o Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples –
Declaratório (PGDAS-D) e a Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais
(Defis) ainda que esteja inativo e sem débitos a declarar.
Pessoa Jurídica Inativa
O contribuinte omisso e que esteja
em situação de inatividade em algum dos exercícios deve ficar atento para
cumprir as obrigações da forma menos onerosa possível, caso pretenda manter a
inscrição ativa.
Para o ano-calendário de 2015, deverá apresentar a Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica – Inativa (DSPJ-Inativa). Neste caso, não haverá a exigência de certificado digital.
Para os anos-calendários a partir de 2016, deverá ser apresentada a DCTF relativa ao mês de janeiro com o item “PJ inativa no mês da declaração” selecionado. Neste caso, também não haverá a exigência de certificado digital.
A DCTF apresentada indevidamente com marca de inatividade será desprezada, de modo automático, quando houver indícios de atividade.
Pessoa Jurídica Ativa sem débitos a declarar
O contribuinte omisso que não
tenha débitos a declarar em algum dos exercícios também deve ficar atento para
cumprir a obrigação de forma menos onerosa possível, se pretende manter a
inscrição ativa.
Para os anos-calendários a partir de 2015, deverá ser apresentada a DCTF relativa ao mês de janeiro sem declarar débitos.
A DCTF apresentada indevidamente sem débitos a declarar será desprezada, de modo automático, quando houver indícios de atividade ou de tributos omitidos apurados nas escriturações.
Pessoa Jurídica com débitos a declarar
O contribuinte omisso que tenha débitos a declarar na DCTF deve ficar atento aos valores dos tributos devidos informados nas escriturações anuais e mensais, uma vez que o erro nas informações prestadas poderá resultar na aplicação de multa específica, bem como o lançamento de ofício da obrigação principal.
Fonte: Receita Federal do Brasil.
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