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O que é a Lei de Recuperação Judicial e como ela funciona?

O que é a Lei de Recuperação Judicial e como ela funciona

O que é a Lei de Recuperação Judicial e como ela funciona?

Se por um lado o empreendedorismo ganha força, do outro, a crise econômica assola muitas empresas já consolidadas. Por isso, no artigo de hoje falaremos sobre a Lei de Recuperação Judicial.

Desde que a pandemia de Covid-19 teve início, infelizmente, um número calamitoso de negócios se viu obrigado a fechar as portas. 

Sem dinheiro para pagar funcionários, fornecedores e tantas outras pendências, esses empreendimentos buscam alternativas para evitar o fechamento definitivo. Logo, conhecer as particularidades jurídicas do processo de recuperação é decisivo!

Como aponta o Jornal Contábil, a lei traz em seu texto diversos meios que o empresário tem disponível para fomentar o seu soerguimento.

Portanto, fique tranquilo, pois ainda é possível que você consiga recuperar sua empresa. Veja agora o que fazer se você se encontra nessa difícil situação.

Entenda a diferença entre Falência e Recuperação Judicial

Para que a Lei de Recuperação Judicial não seja confundida com a falência, confira a diferença entre os conceitos:

  • Lei de Recuperação Judicial: tem como objetivo superar o momento de dificuldade econômica e manter o emprego dos trabalhadores e os interesses dos credores. Tem como foco a função social do negócio e a sua importância para a economia;
  • Lei de Falência: afasta o devedor da sua atividade empresarial, encerrando-a. Retém os bens do empresário para divisão proporcional do valor proporcional obtido entre os credores.

O que é Recuperação Judicial?

Agora sim, podemos detalhar as especificidades da recuperação judicial. 

Através do processo a empresa procura dar continuidade às funções que exerce e cumprir com suas obrigações éticas e legais.

O conceito de recuperação está baseado na premissa de que a empresa em crise é consolidada no mercado e seu papel na comunidade possui relevância. 

Dessa maneira, uma espécie de acordo é realizado com os credores, a fim de que ninguém saia perdendo. 

Nova Lei de Recuperação Judicial: o que mudou?

Regulamentada pela primeira vez em 2005, a Lei 11.101/2005 era responsável por ditar as “regras do jogo” quando o assunto era recuperação judicial. 

Entretanto, em 2020 entrou em vigor a Lei nº 14.112/20, conhecida como Nova Lei de Recuperação Judicial. Desde então, uma série de alterações passaram a valer, inclusive na decretação da falência.

Veja algumas das principais mudanças:

  • Inclusão dos produtores rurais;
  • Tentativa de conciliação;
  • Plano de recuperação criado pelos credores;
  • Novos prazos para parcelamento de dívidas tributárias;
  • Proibição de distribuição de lucros e dividendos aos sócios;
  • Suspensão das execuções contra os devedores se sujeitos à recuperação judicial e à falência;
  • Proibição de qualquer forma de retenção ou penhora dos ativos do devedor.

Como funciona o processo de recuperação?

Para ilustrar, imagine um comércio que começa a perceber suas vendas em queda. No vermelho, a impossibilidade de arcar com os pagamentos do mês já desponta no horizonte.

Sem linhas de crédito disponíveis, o empreendimento se vê de “mãos atadas”, sem conseguir pagar funcionários, fornecedores e, muito menos, investir numa estratégia de retomada.

Diante da crise econômico-financeira em que se encontra, a empresa passa a ser ameaçada por processos que visam a tomada de seus bens. E aí, claro, bate o desespero!

Porém, nem tudo está perdido, porque nessa hora pode entrar em ação a recuperação judicial.

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Conheça o passo a passo para a Recuperação Judicial

Saiba como o processo de recuperação judicial funciona na prática:

1° Passo: Levantamento

A primeira coisa que a empresa devedora deve fazer é um levantamento criterioso de todos os valores que deve. No documento deve constar cada credor e a natureza do crédito (garantia real,quirográfica ou trabalhista).

Feito isso, é hora de solicitar judicialmente — através de uma petição — o pedido de recuperação judicial.

2º Passo: Petição Inicial

Alguns dos requisitos que devem ser contemplados no documento são:

  • Exposição concreta da situação patrimonial do devedor e dos motivos da crise econômico-financeira;
  • Demonstrações contábeis referentes aos três últimos exercícios sociais;
  • Relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção;
  • Relação nominal completa dos credores;
  • Relação integral do empregados;
  • Entre vários outros itens.

3º Passo: Suspensão das Ações

Depois de elaborada a petição inicial, no terceiro passo é hora do Juiz deferir o processamento da recuperação judicial.

Além disso, também será nomeado um Administrador Judicial. O profissional atuará como uma espécie de assessor do Juiz para o processo e ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor.

4º Passo: Plano de Recuperação Judicial

Na sequência, o devedor terá o prazo de 60 dias para elaborar o Plano de Recuperação Judicial. O documento deve apresentar uma proposta para pagamento de todos os credores de maneira diferenciada. 

Em alguns contextos, por exemplo, o empresário propõe pagar os créditos trabalhistas integralmente a partir do primeiro ano da recuperação. 

Também pode se propor a pagar os créditos quirografários dentro de cinco anos, com desconto de 40% no valor total do crédito atualizado.

Resumidamente, através deste plano o devedor deve convencer seus credores de que a proposta é satisfatória e que o negócio, de fato, possui meios de se recuperar.

5º Passo: Assembleia de Credores

Por fim, uma lista organizada e atualizada dos credores será apresentada pelo empresário e publicada pelo Administrador Judicial em edital.

A partir daí, o Juiz convocará assembleia de credores, onde será discutido a respeito do plano de recuperação. 

Caso o plano seja aprovado, a empresa começa a colocá-lo em prática. 

Porém, se for reprovado, o Juiz decretará a falência do negócio.

Também é possível que determinado credor, mesmo antes da publicação do plano em edital, não esteja de acordo com o que foi proposto. Em tal circunstância, ele poderá apresentar impugnação.

Qual a importância da Lei de Recuperação Judicial?

Agora que você já conhece a Lei de Recuperação Judicial e sabe como ela funciona, deve estar claro que sua intenção é viabilizar a superação de crises empresariais.

O principal objetivo da regulamentação é permitir que a organização se reerga e volte a cumprir com suas obrigações legais. Além disso, é papel da lei zelar pelo emprego dos trabalhadores e pelos interesses dos credores.

Afinal de contas, de tal modo, é possível preservar a empresa, sua função social e estimular a atividade econômica. 

Portanto, se seu negócio tem enfrentado dificuldades, não fique de braços cruzados esperando que tudo desmorone. 

Conte com uma equipe judicial e contábil que possa esclarecer suas dúvidas e te orientar na busca por seu soerguimento.

Conheça os serviços da G. Jacintho.

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